.
“Ando na vida
à roda à roda à roda
a pisar as minhas pegadas
de voltas passadas.
Tão bom conhecer o caminho,
saber onde estou para onde vou
é seguro, posso estar do jeito que me dá...
a vida não arrebita, é certo... mas também nem tudo é mau
muito já andei e a roda e a enchada já foram inventadas!
a correr atrás de uma cenoura é que não!
essa lição já fui aprendendo...
é tempo de cuidar de mim
dar, mas não demasiado
saber relaxar, apreciar a azeitona a crescer no ramo da oliveira,
ouvir o vento, as formigas a marchar para casa transportando cada uma o seu grão de trigo, ver as nuvens a passar lentamente acenando ao meu coração
E o grande sol por entre as nuvens a passar
os seus raios aquecem e penetram o fundo da minha alma...
Relaxar é muito bom e essencial, expirar profundamente, libertar a caixa torácica para depois inspirar Vida...
mas neste forte silencio não me posso esconder, discernir o que é verdadeiro do que é fuga.
Mas que é isto, porquê esta crescente monotonia? estas vozes de fogo e de mudança!? este cinismo inquieto?!
no seu murmurio assobia, vibra, remeche, rebola novamente a questão como numa panela de pressão...
Quero ou Não quero ? ...”