Uma definição muito simples para a palavra Activismo, que podemos encontrar na Wikipedia, é a de defender algo. Tenho contemplado muito este tema, no último ano e meio, principalmente ao ver tantas incongruências na comunicação dos media, organizações e governos, e confesso que cada vez mais me sinto um activista. O que quero dizer com isto? O que me tenho apercebido é que todas as minhas escolhas e ações, a cada momento, podem ser uma expressão de activismo. Como assim? Mesmo que eu esteja sozinho, o que escolho fazer a cada instante vai influenciar tudo à minha volta. E isso é ainda mais poderoso quando o faço com outras pessoas. Porquê? Porque eu não estou separado do que me rodeia, não só sofro a sua influência, como também influencio. Como dizia Krishnamurti, Eu não sou apenas uma pequena parte da humanidade, Eu Sou a Humanidade. Ou seja, tudo aquilo que cada um de nós escolhe dizer e fazer tem um impacto no Todo, na nossa sociedade e no Mundo.
Esta realização traz muito mais significado ao que escolho acreditar e fazer, pois essas escolhas não criam apenas a minha realidade, também ajudam a criar a realidade da sociedade em que vivo. Um bom exemplo, é o clima de medo que tem sido difundido e reforçado desde o início do ano passado! Medo de algo que não vemos e que, supostamente, tem uma enorme capacidade de nos matar ou deixar sequelas graves. Mas haverá mesmo razão para sentir tanto medo, ao ponto de sermos praticamente proibidos de viver a Vida com Alegria e em Liberdade? Será que tudo aquilo que ouvimos nos media e vemos publicitado por todo o lado é mesmo a pura Verdade? A mim custa-me muito a crer que o seja, assim como me custa ver a passividade e inércia, principalmente daqueles que também não acreditam nesta narrativa de controlo e medo, mas que se vão deixando levar, em troca de manterem intactas algumas regalias. Mas será que a liberdade humana vale assim tão pouco, ao ponto de poder ser negociada por um cartão que nos dá acesso, também ele condicionado, aos locais e experiências que desejamos não perder? Ou será que a Liberdade, conquistada com tanto sacrifício pelos nossos antepassados, nos incomoda? Porque para a manter e defender não basta falar ou escrever, precisamos fazer esforço, de ir além dos nossos medos, de sair do conforto do nosso pequeno mundo e das nossas ideias, para abraçar os desafios daquilo que ainda não conhecemos.
O que é cada vez mais claro e real para mim, é o reconhecimento de que cada escolha, bem como tudo o que digo e faço tem um impacto na Vida, na Sociedade e no Mundo! Por isso, continuamente faço a mim mesmo esta pergunta: Como posso colocar ao serviço os meus dons, as melhores qualidades que possuo, para defender e ser um exemplo daquilo em que realmente acredito? Mas não basta apenas fazer a pergunta, é igualmente importante vivê-la, e esse é o compromisso ao qual quero continuar a entregar-me, todos os dias! Agora, desengane-se quem pensar que escolher este caminho vai ser fácil e sempre fluído. Sejamos honestos, ninguém gosta de lidar com os seus padrões e hábitos egóicos e destrutivos. E quanto mais clara é a nossa consciência, mais difíceis de transcender nos poderão parecer esses hábitos. Mas se não tivermos a coragem de os enfrentar nós próprios, ainda que com a ajuda de quem quer apoiar o melhor em nós, ninguém o poderá fazer por nós.
Quantos de nós dizemos querer um Mundo melhor, mais livre, alegre e honesto, onde sentimos que a nossa contribuição é importante e nos sentimos inspirados em acordar de manhã, para viver plenamente cada dia? Pois bem, esse Mundo não só é possível, como depende totalmente das ações de cada um de nós! Agora, não podemos ficar eternamente à espera que os outros comecem, como é tão característico da nossa cultura portuguesa. Mais do que nunca é preciso termos iniciativa, ousarmos ser os primeiros, mesmo que sejamos os únicos a expressar e viver o que o nosso Coração desesperadamente nos pede. Como seria a vida de cada um de nós, se todos estivéssemos mais interessados em descobrir e viver o que é Verdadeiro e Real, como a nossa Liberdade intrínseca, do que apenas repetir velhos hábitos e, aos poucos, ir sucunbindo? E como seria a nossa sociedade, se cada um de nós seguisse os seus sonhos e decidisse viver de acordo com o que sabemos ser real na nossa própria experiência, mais pura e genuína? Iríamos certamente criar um maravilhoso Novo Mundo! Eu estou disposto a dar o meu melhor para a criação desse Mundo! E tu, queres fazê-lo comigo?