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Na nossa cultura Portuguesa, embora a listagem de ditados populares sobre a morte seja bastante grande, sendo um deles "a morte chega a todos", falar sobre morte não é vulgar ou desejável.


Como é no teu seio familiar esta realidade? A morte é um assunto importante, tocado, discutido? Falas sobre a tua morte, o que desejarias para a tua cerimónia final de honra a esse corpo português?


O falecimento de um ente querido, é um acontecimento com o qual, de forma geral, mas de forma bem particular, os portugueses têm uma enorme dificuldade e resistência em enfrentar, antes de acontecer, no momento em que acontece, ou mesmo depois de acontecer. De forma tradicional, o corpo morto estava entregue aos familiares, sendo que hoje em dia, as agências mortuárias são as responsáveis por este processo. Será isto positivo ou negativo para a forma que os portugueses "vivem" a morte?

Que tradições portuguesas estão associadas à morte?

Porque não falamos abertamente sobre morte, porque não aceitamos que é um acontecimento inevitável e nos preparamos para ele?

Enfrentas a tua própria morte?

Porque há um peso gigante neste momento inevitável na vida de todos?


Após enfrentar a morte do meu pai no passado mês de Dezembro e tudo o que surgiu com isso, não pude ignorar o impulso de partilhar tudo o vi, senti, aprendi e tudo o que ainda estou a integrar.


Mergulhei de forma profunda, e ainda o estou a fazer, de braços abertos neste processo que se revela, na verdade, não pesado, mas sim, luminoso, cheio de amor, de entrega, de dor sentida, em profunda e tocante união e muita portuguesidade. Um processo em que tudo pode ser enfrentado e nada evitado.

Um processo que tem um início bem definido e um fim desconhecido.


Vem a esta Tertúlia ouvir sobre as tradições portuguesas que ritualizam este momento de passagem e como eu e a minha família, mistura de Portuenses e Transmontanos, vivemos a morte e o luto de uma das pessoas mais importantes da minha vida.


Haverá, também, como parte essencial desta tertúlia, tempo e espaço para partilhas e discussão sobre este tema.


Raquel PW

Queremos ser livres para sermos quem somos e para fazermos o que nos apaixona, mas para isso temos de nos tornar conscientes das forças que nos mantêm presos a ideias ilusórias de sucesso e de realização pessoal. Uma tertúlia dinamizada por Rui Santos, que vai partilhar connosco a sua visão sobre este tema, ao mesmo tempo que mergulhamos no pensamento revolucionário de Agostinho da Silva, explorando com exemplos da nossa vida o que significa "Viver Fora da Caixa".
Apresentação do Tema - Viver Fora da Caixa
por Rui Santos

A vida é simples mas a primeira coisa que nos ensinam é a complicá-la, mesmo com a melhor das intenções. Ensinaram-me que tinha de ser alguém na vida e que para isso tinha de ter um curso superior e um emprego que pagasse bem, de preferência, professor, médico ou engenheiro.

Esta pressão para ser alguém faz-nos criar uma imagem de nós próprios que passamos uma vida inteira a tentar alcançar, sem nunca nos sentirmos realmente satisfeitos com o que somos e com o que fazemos.

Esta busca sem fim por ser alguém, complica ainda mais, quando no nosso país, damos uma importância sobrestimada ao ensino superior, que nos seduz com a ideia de que precisamos de um curso superior para ter um carreira de sucesso e bem paga.

Soma-se ainda o fraco reconhecimento nacional dos nossos artistas e da arte e cultura em geral, que nos revela uma fraca capacidade de reconhecer o nosso valor. Verifica-se até um certo fascínio e uma postura de submissão em relação ao que é criado no exterior, como se aquilo que é nosso nunca fosse realmente suficiente, ou por outras palavras, sem motivo para orgulho.

Fomos ainda seduzidos pela ideia de que não é bom futuro dedicar-nos a profissões como a agricultura ou a construção civil, talvez devido às difíceis condições de trabalho que os portugueses de há duas gerações atrás tiveram de viver.

Com tudo isto perde-se um sentido e um necessário orgulho de fazermos o que nos apaixona e que é importante para nós e para o país.

Estudei turismo e trabalhei na área enquanto me fez sentido, mas a determinado ponto senti-me aborrecido, despedi-me e fui viver para uma comunidade onde tive de aprender a construir e a cuidar da terra. Hoje em dia, dedico-me apaixonadamente a construir casas, sinto-me realizado e tenho um rendimento acima da média.

Muitas vezes dou por mim a pensar que aquilo que faço não é suficiente e que por isso devia ir para a faculdade estudar, mas tenho aprendido que a verdadeira liberdade e felicidade não se encontra na conquista de um canudo, de uma profissão reconhecida, dinheiro ou poder, mas sim na pura e simples dedicação ao "trabalho" e "arte" que me sinto inspirado a criar em determinado momento. Neste sentido não há um "trabalho" errado. Interessa sim, a forma e a razão pela qual fazemos o trabalho.

Como Agostinho da Silva dizia, "O homem não nasce para trabalhar, nasce para criar, para ser o tal poeta à solta".

Nesta tertúlia vamos visualizar um excerto de um vídeo de Agostinho da Silva e explorar o que significa para cada um de nós, viver uma vida fora da caixa ou nas palavras de Agostinho "Ser o tal Poeta à Solta".
Tertúlia de ReEvolução

• Reconhece o que é Real •


26 de Novembro
Serralves | Porto

Tertúlias de ReEvolução:
- Movimento Ovelha -
1 de Outubro | Porto

No dia 1 de Outubro estivemos no Porto, no espaço Macaréu para mais uma tertúlia. Desta vez dedicada ao "Movimento Ovelha". Este é um movimento muito típico nos portugueses.
Como convidado tivemos o Jorge Malheiro, um verdadeiro revolucionário, que nos contou como é não ser ovelha, na sua própria experiência.
Este é o nosso mote dentro da equipa Evolusa e agora mais do que nunca!
Mergulhando fundo na história de Portugal e de como os Portugueses e as Portuguesas têm respondido a vários momentos cruciais nesta história, entendemos que há um padrão, um movimento, uma escolha que é recorrente: seguir o que a figura de autoridade diz, sem questionar a viva voz seja o que for.

Quantas vezes ouvimos dizer, e fazêmo-lo nós próprios, que não adianta reclamar, para quê se sou só eu, somos todos uns carneiros e outras que tais?
Este é o nosso mote para esta tertúlia, porque sabemos que, na verdade, não somos ovelhas! Temos vindo a questionar e a mudar a forma como vivemos a Vida e queremos partilhar a nossa experiência e convidar-vos a fazer o mesmo. Questionar, investigar, sentir antes de agir, pensar antes de decidir, sem seguir cegamente e ir mais fundo naquilo que profundamente nos move no nosso dia a dia: a liberdade ou o conforto?

Tertúlias de ReEvolução:
- Confiança ou Arrogância -
22 de Junho | Lisboa

Como Portugueses e Portuguesas é fácil tomar Confiança por Arrogância. Porque será?
Nesta tertúlia iremos explorar o que distingue confiança de arrogância e descobrir que a verdadeira confiança não esconde, não é superior, não tem medo, não se protege e reconhece em si o poder de que fundamentalmente tudo está certo, tal como é.

Gustavo Santos é um Homem Livre, Pai e Escritor. Escreve para deixar aos seus filhos e às gerações futuras a sua própria experiência de vida e os ensinamentos que foi adquirindo.

Joana Rebelo, é uma Empreendedora, Mulher e Mãe determinada a trazer ao mundo uma mensagem não dualista no profundo reconhecimento de que nada nos falta para sermos quem somos.


28 de Maio 2022 | Macaréu, Porto

Dia 28 de Maio foi a vez do Porto receber as Tertúlias da ReEvolução.
Juntamo-nos no Macaréu juntamente com 15 pessoas interessadas em "Sair da Casca".
Esta foi a segunda das tertúlias mensais que vão decorrer entre o Porto e Lisboa.

O tema "Sair da Casca" surgiu em conversa entre a Raquel e o Ricardo, quando contemplavam o apego dos Portugueses a serem pequenos e dependentes de uma figura de pai e mãe. Figuras de autoridade numa co-criação entre todos os intervenientes.

Na exploração do que é sair da casca, de uma forma natural e sem grande esforço, foi fácil nomear alguns Portugueses e Portuguesas que saíram da casca. Falamos da Natália Correia, da Carolina Beatriz, do Ramalho Ortigão e do Eça de Queiróz.

A Raquel e o Ricardo puderam falar das suas experiências em sair da casca, em responderem ao chamado da mudança, fazendo ouvidos moucos à voz do medo.

Foi inspirador e implicativo ouvir outros exemplos de cada uma das pessoas que estava na sala e perceber que, se por um lado tudo é perfeito como é, que não há nada a fazer, por outro lado, ainda muitas cascas há a partir.

Ninguém quer ser um ovo podre, essa é a verdade! Daí ser importante olhar para as nossas acções e perceber de onde vêm elas, de onde fazemos as nossas escolhas: de um lugar de inferioridade e de vitimização ou de um lugar de adultos crescidos e que vivem no mundo de uma forma livre?
25 de Abril 2022 | Lapo, Lisboa

O dia 25 de Abril tem sempre um sabor especial para a equipa Evolusa. Este ano, dedicamos este dia de comemoração da liberdade ao tema "A Revolução é Agora".
Juntamo-nos no LAPO, em Lisboa, para a primeira Tertúlia da ReEvolução. Esta foi a primeira das tertúlias mensais que vão decorrer entre o Porto e Lisboa.
Tivemos como convidados o sociólogo António Pedro Dores e o fundador do Evolusa Peter Bampton. A sala do LAPO esteve recheada de pessoas interessadas no tema e na missão do Evolusa.

Para nós é essencial saber a história de Portugal contada e vivida pelos Portugueses.

Pudemos ouvir as vivências do António pré e pós 25 de Abril nas suas próprias palavras.
Como os acontecimentos do dia 25 de Abril mudaram a sociedade e a sua própria vida, logo na manhã seguinte. Saindo porta fora, tudo estava diferente, tudo era novo. A liberdade sentia-se de uma forma palpável.
A sua vida, a sua profissão, continua a ter um impacto grande nos muitos Portugueses que com ele contactam. Pois a liberdade, a revolução não é apenas um dia.
A sua transmissão como sociólogo e como Português teve diferentes respostas em todos os presentes, desde um desânimo por pensarem que a pedra a quebrar é muito dura, até à verdade experiências de que a mudança é possível e que cabe a cada um dos Portugueses individualmente fazê-la e em conjunto, em união de saberes e vontades de criar e ser um Mundo novo
Já o Peter Bampton, inglês apaixonado pelos Portugueses e pelas terras Portuguesas trouxe uma perspectiva "de fora".
Um olhar que vê as qualidades e as limitações do nosso povo, com a certeza de que o potencial iluminado e tão tradicional e aberto ainda tem muito para mostrar e para se revelar.

Leu-nos o capítulo do seu livro "Em Busca da Alma Portuguesa" e todos podemos concordar com as características que ele vê e descreveu como tão lusitanas.
Esta tertúlia foi recheada de muitas coisas boas e muitas contemplações.

Queremos agradecer ao António Pedro Dores e ao Peter Bampton pela presença e por tudo o que trouxeram a esta tertúlia, permitindo uma conversa implicativa e profunda do tema Revolução.

Queremos agradecer também ao LAPO, o espaço que tão bem nos acolheu.

Um agradecimento ao João Pedro pela sua disponibilidade técnica para a ligação zoom aos participantes on-line, ao Carlos Álvares por ter apanhado todos os momentos com a sua câmara fotográfica e a todos os participantes que estiveram em Lisboa e on-line e que levaram este tema mais além.

Caso tenhas participado, diz-nos como foi para ti, que contemplações te trouxe, respondendo a este e-mail ou comentando nas redes sociais.